"É Verão o Ano Inteiro" – Dalila Coelho,
Exposição Individual, Prêmio Décio Noviello,
Dezembro/Fevereiro 2020-2021

"It's Summer All Year" – Dalila Coelho, Individual Exhibition, Décio Noviello's Prize, Decemberl/February 2020-2021

Fotografias, Pesquisa e Produção
/ Photographies, Research and Production

Dalila Coelho


Curadoria e Texto de Exposição
/ Curatorship and Exhibition Text

+

Expografia e Coordenação de Montagem

/ Expography and Montage Coordination

+

Produção e Consultoria em Acabamentos Artísticos (Impressão Fine Art e Emolduração)
/ Production and Advisor in Artistic Finishes (Fine Art Printing and Framing)
Uri Nonnato


Realização

Fundação Clóvis Salgado – Palácio das Artes CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais (Instituto Moreira Salles)




"É VERÃO O ANO INTEIRO"  
Dalila Coelho

Afirma-se frequentemente que a beleza é subjetiva e está nos olhos de quem vê. Em contrapartida, existimos em uma sociedade em que o julgamento do que pode ser considerado belo anula essa perspectiva. Os procedimentos da artista Dalila Coelho procuram redesenhar essa ordem instituída sob a beleza.

“É verão o ano inteiro” nasce da vontade de registrar uma movimentação autêntica das periferias brasileiras: as casas de bronze de fita. A série inaugura o primeiro ciclo do projeto “BELEZA“, que se desdobra registrando rituais estéticos das periferias belorizontinas.

Como jornalista, Dalila pesquisou casas de bronzeamento natural em Belo Horizonte a fim de produzir uma reportagem sobre o surgimento desses espaços estéticos em uma cidade tão longe da praia. Das visitas a três casas de bronze – Bronze da Ludy, Tamara Bronze e Atrevida Bronze – surgiram uma fotorreportagem, uma série de fotografias, um livro e esta exposição.

O bronze de fita, como a fotógrafa pôde perceber, é uma resistência estética da periferia e um símbolo social a ser ostentado por mulheres que se identificam com esse lugar. Mais do que apenas ter uma laje que bata sol, a arte de construir um biquíni de fita diretamente no corpo da cliente demanda muitos estudos de anatomia, e as bronzeadoras se dedicam a enfeitar os biquínis com fitas coloridas, pedrarias, tatuagens solares e modelos diferenciados para ganhar destaque no Instagram.

O título da exposição capta essa suspensão no tempo vivida nas casas de bronze, em que basta a presença do sol para as lajes ficarem lotadas de clientes deitadas em um processo ritualístico de beleza, com a finalidade única de adquirir marcas de bronzeado. Através da fotografia analógica, Dalila reproduziu em suas imagens o mesmo processo que o bronze produz nos corpos: assim como as peles são marcadas pelo sol e pela fita isolante, o filme analógico foi queimado pelos raios solares presentes nessas casas de bronze, revelando as imagens aqui expostas – a fotografia analógica e o bronzeamento de fita se encontram também no processamento técnico.

Com essa ferramenta, a fotógrafa conseguiu capturar de forma única as cores percebidas por ela nos espaços de bronze. Esse é o resultado que se vê nas imagens: cores saturadas, céu azul, biquínis de fitas isolantes coloridas e corpos reais que emanam vida, quentes e bronzeados. Ao mesmo tempo em que as fotografias causam estranhamento, por evidenciar corpos desnudos e diversos, elas expõem a serenidade e o relaxamento desfrutados por essas mulheres entregues a um ritual de beleza.

Texto da Exposição
Uri Nonnato

MG/BH
2O2O-2O21

@ CâmaraSete
Prêmio Décio Noviello

Décio Noviello's Prize


Curadoria e Texto de Exposição
/ Curatorship and Exhibition Text
+
Expografia e Coordenação de Montagem
/ Expography and Montage Coordination
+
Produção e Consultoria em Acabamentos Artísticos (Impressão Fine Art e Emolduração)
/ Production and Advisor in Artistic Finishes
(Fine Art Printing and Framing)

Uri Nonnato

Realização
Fundação Clóvis Salgado – Palácio das Artes
CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais
(Instituto Moreira Salles)